23 de mai. de 2008

São Paulo, Amazonia de pedra

De novo de tênis all-star
pisando discreto no asfalto
betume espesso e covarde
corruptor da estirpe subsistência
me cerca por todos os lados

Paredes de suor e concreto
areia e pedra britada
instituída de bruta força
da canalha corrupção de trabalho

no alto um cinza mesclado de preto
um céu pra se respirar fuligem
basta estar vivo pra notar
quem veio preencher de homicídio
nosso planeta gén,

estupraram nossas meninas florestas
assaltaram nosso oxigênio
corromperão nossa saúde com sua carne
picada e temperada de forma redonda
frita e servida como bife
no prato ou no pão

grito Rá rasgando seu papel moeda
sujando de sangue verde todas
as suas mega-estores e conveniências
regando de água que vocês me vendem
meu maquinário exuberante de flores

vocês não podem tirar o verde
pra por o cinza sem pagar o preço
estico meu protesto as suas camaras
e acabo estilhaçado
só mais uma vidraça blindada

sera que todos estão cegos ?
ou eu estou enxergando demais ?
não consigo entender a constipação desse mundo
não me calo aos teus vastos desbundes
vocês precisão vir comigo
e explodir estes pecados sociais
salvem a amazônia de pedra

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